Um bordado colorido. A mulher sente o atrito do tecido no
deslizar dos fios carinhosos. A cada furinho no linho branco, o peito estremece.
Penélope, com seus dedos finos de pontas vermelhas, ajeita os óculos para ver
bem como anda o serviço. Detalhista, ela almeja compor um desenho bonito de dar
arrepio. Fica imaginando o reflexo da imagem através dos olhos dele. E trata de
ler um poema, que não é boba. Deixa a janela aberta, posiciona-se bem onde o
sol bate. Sabe que por ali ele chega, também. Fecha os olhos um pouco, repara
no laranja das pálpebras, e levanta para fazer um café. Pronuncia umas palavras
em francês no caminho, pois sabe que no estado de suspensão elas soam mais
formosas. Prepara os livros com zelo, lê algum trecho de repente; está assim nas últimas semanas, afeita às aleatoriedades de pássaros, canções e parágrafos. Tem de
seguir o trajeto diário, e segue sem azedumes. Não vacila nem testa. É fé o que
ela sente.
Humm... Penélope??? Senti um "que" de autobiografia aí ein??? rsrsrsrsrsrs
ResponderExcluirSaudades de vc...
A propósito, linda a música.
Hehe!
ResponderExcluirPenélope é mais adjetivo que nome.
Saudades também!
Combinemos um encontro. :)